sábado, julho 17, 2010

Novo Limiar


Bocejo as multidões
Aparentemente movo-me no ar.
Esta praia, a praia deserta,
está repleta de coisas.
Conscientemente altero o meu estado de espírito
para poder voar.
Eis uma nova fronteira.
Aqui a paisagem desfaz-se
como um ser vivo imóvel.
Já não há coisas, nem o mar, nem as estrelas,
- apenas a praia onde tudo está personalizadamente desarrumado
Aí ninguém me vê nem eu vejo ninguém.
Porque todas as conchas são cegas.



Vang

Debaixo do Bulcão poezine
Númeo 4 - Almada, Julho de 1997

Sem comentários: