terça-feira, abril 07, 2009


Pedro, escreve e nas suas pausas temporárias fuma cigarros,atrás uns dos outros, ao lado um cinzeiro..e os seus pensamentos ficam presos ,ecoam no silêncio perfumado extasiante da fumaça,o papel mistura-se com o cheiro do tabaco marboro.Será Ventil,será tabaco de enrolar? Os seus dedos amarelos escrevem ,solta palavras para exorcitar os seus demónios.Esquece-se de tudo, até dele mesmo. Os seus olhos são como um xamã que mergulha numa viagem à procura de si mesmo.O tempo passa ! O Horizonte é o carbono, os sonhos escapam-lhe pelas mãos.A cidade é frenética,o seu canto é um quarto escuro à parte de todos.É no fumo que tudo parece verdadeiro , é no fumo que ele encontra um mundo possível dentro deste que vivemos no presente, que explora as suas histórias intensas. É ali que encontra os seus melhores momentos de inspiração no acender do cigarro até ao seu fim.

( Pedro_Personagem do seu próprio monólogo - o escritor poeta urbano depressivo, decadente)



Debaixo do Bulcão poezine
Número 35 - Almada, Março 2009

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