quinta-feira, abril 05, 2007

Lembras-te Daquele Gajo?

Estou por aqui
O bafo quente do Verão tocou-me
… Atingiu-me…
O fim da tarde vai-se, tranquilo
E eu fico; não… (tranquilo)
E os olhares primaveris
De quem ainda poucas primaveras viveu
Entrelaçam-se entre os jovens casais
Nem Primavera, nem Verão
Que raio de tempo este
Tempo que para os ingleses…
São duas palavras
“Time” e “weather”
Uma com significado horário
Outra com significado meteorológico
Para nós apenas uma… vai chegando
Misturando horas, com dias de nuvens ou sol
E assim também os poetas
Também eles, se confundem
E confundem os outros… com os seus mistérios
O sol que nasce para todos já se pôs
E o olhar apagar-se-á… no quarto vazio
E o sonho ficará para sempre
Como que num coma eterno
Como que eternamente ligado
… A uma máquina, de vida artificial
E eternamente morto, mas a respirar
E todos nós; todos nós
Continuaremos a continuar
Todos nós olharemos aquele sol
Que nos é comum
E todos nós;…
Cada um tentará impor a sua vontade
Aos outros
Nem que seja…
Fazendo-os pensar que a ideia foi deles próprios
E crucificaram o… Desculpem era a maioria
Mas crucificaram um gajo p’raí há 2000 anos
E continuam a pedir-lhe desculpa
E ainda por cima o gajo já morreu
Há p’raí 2000 anos; sim… é verdade
Também eu tenho uma coisa para dizer aqui!:

Desculpa lá essa cena pá!





















José João da Costa Mota




Publicado em
Debaixo do Bulcão poezine

Nº 6 – Novembro 1997

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