terça-feira, janeiro 30, 2007

Eterna Despedida

Conhecer as tensões não significa
que não sinta.
Sou eterno contigo, como sempre tenho sido,
mas não fico pertencente à gaveta
de um assunto esquecido,
nem à caneta que desenhou em palavras
o sentimento permanente
das coisas que nos demos
e do muito que vivemos.

Entende que é por isto
que fumo;
este cigarro que me traz momentos
da paz contrafeita,
que como a Pessoa, liberta,
no seu fumo os pensamentos
no meu momento sensitivo,
e competente,
d'alma desperta!

Nunca te abandonei, mulher ideal,
pertencente a um ideal
que não abracei,
concernente ao social "ismo"
que nos cataloga e condena.
Existirás para mim sempre
num memoriado sismo
até ao Advento.
És a mulher-missão
a quem a minha mão
devolve a Esperança
sempre nesta sua semelhança
mais contrária
ao teu lamento.

Chora, mulher,
chora de novo, neste momento
outra vez repetido,
nesta dádiva à tua vida
que ganhou sentido
e que com este alento
é renascida!
Serei para sempre esta marca
no teu leito,
e vez após vez
tatuarei na chama do peito
a memória monarca
que te fez!

Oh mulher...

Assino assim este poema como uma despedida
e as lágrimas inevitáveis,
de sal,
molham-me a vida,
humedecem esta voz sentida
de um julgamento meu,
escoam a culpa própria do processo
natural

de ser eu...





Rui Diniz
cortedelrei.blogspot.com
(Entregue pelo autor para publicação neste blog)

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