quinta-feira, novembro 30, 2006

"Se os tubarões fossem homens...



seriam mais simpáticos para vocês, peixinhos?"




Um musical para toda a família!!!

quarta-feira, novembro 29, 2006

Se os tubarões fossem homens, seriam eles mais simpáticos para vocês, peixinhos?

Depois do Alentejo, o Teatro Fórum de Moura irá representar em digressão o seu primeiro trabalho. Trata-se de Se Os Tubarões Fossem Homens, de Jorge Feliciano que irá estar dia 3 (16h) no Auditório do Mercado de Fernão Ferro (Festival de Teatro do Seixal), dia 7 (21h30) na Casa Amarela (Laranjeiro) e dias 8, 9 e 10 de Dezembro (sempre às 21h30 e no dia 10 também às 16h) no Teatro Extremo em Almada Velha.
As actuações na Casa Amarela e Teatro Extremo serão únicas pois terão também como motivo de alto interesse a colaboração dos LA DUPLA & D.J. x-ACTO no fluir do espectáculo. Este agrupamento tem vindo a destacar-se na cena musical da Grande Lisboa pelo seu rap incisivo disparado pelos MC´s Espanhol e Nessa, numa mistura de voz masculina e feminina onde se fundem duas línguas ibéricas, o Português e o Castelhano.
No dia 8, à noite, a seguir ao teatro, teremos também um recital de Poesia Olímpica sem Piscina, no bar to Teatro Extremo. Com Jorge Feliciano, Andreia Egas, Eunice Martins, Vera Monteiro e, muito provavelmente, António Vitorino. (Mais informações em breve neste blog e em Coisitas do Vitorino.)

Sinopse de SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS

No fundo do mar, a Menina Tubaroa pergunta ao Senhor K., um tubarão muito sábio: Senhor K., se os tubarões fossem homens seriam eles mais simpáticos para os peixinhos? E assim começa a conversa, na perspectiva de dois tubarões, acerca da humanidade e as suas guerras, a arte, a televisão, a saúde e muitos outros assuntos relativos aos homens.
Um espectáculo de linguagem simples e concreta que inicia as crianças ao pensamento sobre a condição humana e lembra aos adultos como funciona a engrenagem da nossa civilização.
Em constante interacção com o público os dois actores evoluem numa representação que não deixa nunca de ser cómica e provocadora de estranheza.
Ficha artística e técnica
Texto a partir de Bertolt Brecht, encenação e cenário Jorge Feliciano Actores Andreia Egas e Jorge Feliciano Música João Feliciano Som e Luz Jorge Sales Operação Técnica (Teatro Extremo) Eunice Martins Frente de Casa (Teatro Extremo) Carla Ferreira Fotografia Orlando Fialho e Jorge Sales Produção Executiva Andreia Egas e Jorge Feliciano Apoios Junta de Freguesia de S. João Baptista, Câmara Municipal de Moura e Teatro Extremo.

Moradas
Auditório do Mercado: Mercado de Fernão Ferro
Casa Amarela (Laranjeiro): Av. Prof. Ruy Luís Gomes (Junto ao Terminal dos T.S.T.)
Teatro Extremo (Almada Velha): Rua Serpa Pinto, 16 (perto do largo do Xafariz na Rua Capitão Leitão)

quarta-feira, novembro 22, 2006

Poesia Vadia em Cacilhas

As sessões mensais de "Poesia Vadia" estão de regresso a Cacilhas. O novo espaço Café Sabor & Art, sucessor do defunto Café Com Letras, recebe a primeira desta nova série de tertúlias, no próximo sábado, dia 25.
Mais informações no blog Poetas Almadenses.

António Vitorino

quarta-feira, novembro 15, 2006

A MINHA CONFISSÃOZITA


Confesso: esta mania de querer ser editor é uma coisa antiga e muito muito feia, que já nasceu torta e, como tal, não será agora que se vai endireitar.

Eu conto como foi.

Quando eu era um jovenzinho, aí por meados dos anos 80, tentei publicar poemas de minha autoria no DN Jovem, esse inesgotável manancial de escritores frustrados (sim, ok, eu também tentei publicar no DN Jovem). Mas eu escrevia coisas que não se enquadravam minimamente naquilo que, para os editores desse suplemento eventualmente literário, era o aceitável em termos de "qualidade", E o aceitável era: os pássaros (da então emergente "liberdade" neo-liberal) abrindo as suas esplendorosas asas e voando (óbvia alusão a qualquer coisa sexual, dizem os freudianos) no imaculado e/ou atormentado azul e/ou cinzento chumbo do céu (da poesia, claro...), etc etc etc.
Portanto, quando eu enviava textos com títulos como Protopoético-Cosmogonia (que, a propósito, foi publicado no Debaixo do Bulcão nº 11, Dezembro 1998), ou versos como nítido, o pássaro / explode em consequência do contacto com a bala, sabia de antemão que
a) não seriam publicados
b) receberia a inevitável resposta "lê bons autores (por exemplo Fernando Pessoa" ... ou a sua multidão de heterónimos).

Ora, isto que me faziam (e a todos cujos textos não se encaixavam nos apertadíssimos critérios de selecção do DN Jovem) é algo de extremamente cruel.
É como ter um bébé na incubadora e aparecer a família para lhe dar porrada.
É como deitar o menino guerreiro fora com a água do banho.
É como... bem, acho que vocês já perceberam.

Então, cheio de frustração e revolta por não ver reconhecido o meu talento, resolvi vingar-me.
Eu, manchado pelo suor da luta,

sob um sol vermelho de sangue, levantei o punho ao céu e,
chorando lágrimas amargas, jurei então que, a partir desse exacto momento,
custasse o que custasse, NUNCA MAIS iria ver um único dos meus poemas recusados por um qualquer editorzeco. Porque eu, sim eu próprio, me encarregaria de os públicar!

Agora, publicar como? Uma edição de autor?
Podia ser uma ideia, pois. Mas acontece que eu, além de ter outros defeitos, maleitas e malformações, contraí também o bicho dos fanzines, ai de mim...

Um fanzine seria, portanto.
Como se tratava de um fanzine de poesia esteve inicialmente para se chamar apenas Poezine (garanto-vos que, até então, não tinha encontrado essa palavra em lado nenhum, três pontos para mim). Mas... e que tal dar-lhe um nome mais literário assim tipo sei lá olha pode ser Debaixo do Bulcão...?... Debaixo do Bulcão ficou, e pronto.
E pronto?
Népia. Havia ainda mais uma pequenina questão a resolver. É que, como já disse eu queria um fanzine mesmo a sério e não uma edição de autor.

Decidi então convidar mais alguns autores excluídos (hoje talvez já incluídos, mas isso é outra conversa) dos círculos bem-pensantes da "nossa praça" (nossa praça era como se dizia quando eu era novo). A seguir - sequência lógica - abrir as páginas do Bulcão a quem nele quisesse participar. Isto sem qualquer critério "literário" de selecção de textos: a ideia é mesmo respeitar a vontade de cada um a expressar-se poeticamente, ficando a noção de "isto é ou não poético" a cargo (e à responsabilidade) do autor.

Há quem cresça (literariamente) a escrever para as gavetas. Mas muitos outros precisam de confrontar a sua criatividade com a opinião crítica dos leitores. Eu faço parte deste lote.
Há também quem depois de publicar desista de escrever - porque julga que não está ainda à altura do empreendimento ou simplesmente porque descobre que afinal não era aquela a sua vocação. Mas, se não tivesse experimentado, valeria a pena alimentar ilusões? Ou simplesmente desistir sem ter experimentado?

"Melhor é experimentá-lo que julgá-lo
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo"

, dizia o grande zarolho.

Trata-se, enfim, de entender aquilo que os DN Jovens deste mundo não conseguem, não podem ou não querem:
que a poesia pode ser a expressão das mais legítimas e singulares angústias existenciais, dos júbilos mais doces ou agrestes, de firmes convicções políticas, de enlevados narcisismos, de agudas farpas sociais, de tanta coisa que agora nem sequer me passa por esta pobre cabecinha, ou simplesmente da inefável tristeza que sempre acontece
porque tu não estás sempre ao meu laduuuuuu
e
sem ti não há mais nada!!!!!!!!!!

E pronto, agora é que vai ser.

Se me dão licença, agora vou saciar a minha fome compilatória. É que o bulcão não saía desde Dezembro de 2004. É muito tempo sem compilar! Imaginam o que isso custa?
Assim mal comparado diz que é como afogar um gato fedorento no seu próprio vómito.


António Vitorino

PS: Não acreditem em tudo o que aqui leram. A história do Bulcão está sempre a ser reescrita, sabe-se lá com que inconfessáveis intenções. Mas pode ser que, algum dia, alguém conte toda a verdade...

sábado, novembro 11, 2006

O PRÓXIMO NÚMERO
SAI EM DEZEMBRO

portanto, se estiverem interessados em participar com os vossos textos (poesia ou prosa), enviem-nos rapidamente para debaixodobulcao@netcabo.pt.

Mais informações sobre o Bulcão no blog do
Wiguelnuno

segunda-feira, novembro 06, 2006

DEBAIXO DO QUÊ???

Do Bulcão. Ou seja: negrume de nuvens ou nuvem espessa que antecede a tempestade; e, em sentido figurado, grande tristeza ou aflição. São sinónimos recolhidos em diversos dicionários (escolham o que melhor vos aprouver).

Mas o que é afinal essa coisa chamada Debaixo do Bulcão?

É um poezine, obviamente! Um poezine é um fanzine de poesia. Um fanzine é... bem, procurem a definição em http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanzines e poupem-me, está bem?

Para ficarem a conhecer melhor o projecto Debaixo do Bulcão (e, portanto, aquilo que podem esperar deste blog), consultem o já obsoleto http://poezine.blogs.sapo.pt ou espreitem as fotos de algumas das actividades que desenvolvemos nestes 10 anos em http://community.webshots.com/user/debaixodobulcao

Até já!
Há dez anos Debaixo do Bulcão?
Pois parece que assim é! O primeiro número (lembram-se?) foi editado durante a Feira Internacional do Fanzine de Almada, em Dezembro de 1996. Com o seguinte editorial que também pode aqui fazer as vezes de uma declaração de intenções:


BOA PIADA! ...
... dizer que Portugal é um país de poetas.
Kamöens, por exemplo (suponho que se escreve assim) apodrece na vala-comum da ignorância colectiva - isto sim, é poesia.
Entretanto (porque há sempre um entretanto) quem não sabe que Os Lusíadas são o mais ilustre paramento da ditosa pátria minha amada? mas quem tem pachorra para ler o calhamaço?
Insistir no chavão "Portugal é um país de poetas" implica, por assim dizer, o esquecimento de que as novas divindades - exemplo: a internet - já vivem instaladas, se não nos nossos computadores, pelo menos nas nossas cabecinhas de rato.
Digo pouco? Há mais? Televisão? Cinemas? realidades virtuais? Cabeças, afinal, de abóbora sem pevide, mas ávidas, como no Haloween? Como é? Uma imagem vale mais que mil palavras? Como é? Os poetas estão co9ndenados a pastar bolor no fundo das gavetas? Agora mesmo, "no final do segundo milénio"? Mas qual milénio? Tu acreditas em Cristo, para me falares assim em finais de milénio?
EU NÃO COMPRO ESSA!
Por isso, irmãos, eu vos convido. Vinde todos, abrigai-vos debaixo do bulcão.
E deixai chover.

António Vitorino (editor, ou o que lhe quiserem chamar)